terça-feira, 26 de julho de 2011

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presentes de aniversário  ]


                                 






quarta-feira, 20 de julho de 2011

obras escolhidas; trânsitos e estranhos transes


Ai, meu coração revirado. Dias no Brasil, motivos vários, abraços de variadas profundidades e espécies. Puestas en escena, teatros, roteiros, textos, cenários, brindes, frases, tons. Vi algumas lutas de encaixes, acordos para pertencer, os preços por um lugar aflito, por estar, de outros em outros lares não deles. Mas vi, de outra sorte, apelos comovidos, olhares reais. Senti apertos, desconsertos, gritos. Em mim, um lábaro, um poço, um fosso de guardados, semi-expostos sociais, alguns reais perdidos, alguns pesos despidos, calor maior parte das vezes. Um frio reiterado em certas ocasiões, em gestos raros, em fartos goles, em inacabados códigos, não tão identificados. Um pó de vida ou dois; éramos duas entre multidões, e nem mesmo dupla, um + um, escalas de dimensões dinâmicas, em trânsito e em transes. Inesperados carinhos, encontros, desencontros: vi meu tempo só, meu tempero na minha língua, meu tato em meus ombros cansados, alguns arranhões cobertos. Eu vi um canto de vertigens, de gentes e estéticas, vitrines; essa guerra não travaria, entre contos e cantos traiçoeiros, mais vale uma estranha letra em ouvidos solitários; mais látegos, menos cotovelos. Menos aspirantes ou concorrentes, talvez prefira ameaças não tão reluzentes e minhas dores mais minhas. De fato, na pele tocaram poucos, meus sentidos a níveis loucos, à camada do coração apenas uns. Uns que na mala deram gemidos, por excesso e sobrepeso temido, de tanto absorvido, assimilado. Trago comigo certos contidos, afagos, perplexidades e pensamentos indefinidos, palavras soltas, fios descascados e cafés. Bom sentir-se amada e entre queridos, em todo caso, essa brasileiríssima saudade. Depois, perdida demais para voltar, encontrar as mesmas portas trancadas, o mesmo frio da madrugada, o mesmo não por destelhar. Enfim, em uma semana, um ano novo meu, uma nova unidade nos números, algarismos nos tempos, dígitos nos zelos. Mais difícil encontrar razão com o espírito assim de quente, notas que voam pelas redes sociais ausentes, presentes meus acidentes verbais. Massificadas as tecnologias, quase passo dias sem horas e meios, em contrastes de regalias, recursos e freios. Aos uns tocados pelos afins, o beijo derradeiro envio por fim, pelo vento, perfumes, bocados. Ainda que os choros persistam, os risos salvam, as tolerâncias conservam, os amores resgatam. Esses uns sabem-se assim. Bom sentir-se “nós”, dias que sejam, afinal de contas.