segunda-feira, 15 de abril de 2013

Bula para delírios e seres complexos


 [Ler-se à escolha: 
UM, ao som de 'Pas si simple', por Yann Tiersen; 
DOIS, das próprias orquestras corporais; 
TRÊS, dos sons concebidos como silêncios]

Delírios; um-dois-três, um-dois-três; uma questão de perspectiva. Que a minha pele, de filó, de tramas espaçadas, de sangue exposto e veias altas; De sensibilidades por opção exacerbadas, Também por opção escolhem ver. Um-dois-três, um-dois-três; Processos de triangulação: teorias, práticas, pensamentos. Por opção, uma leitura de mundos aprofundada, colorida e curiosa, trespassada e trespassante por outras carnes. Há um preço; há que estar e ser inteiro e pedaços a-la-vez; vulnerabilizar-se, esmiuçar-se, desprender-se e desenvaidecer-se de si. Pragmaticamente. Um-dois-três; Tremem minhas mãos, SIM, pelas vibrações das brocas que perfuram obsoletas estruturas, nos ritmos dos meus pensamentos dialógicos e dialogantes- explicação melhor que as vértebras comprimidas, ainda que não sejam explicações o que buscamos, é possível e possíveis são muitas coisas-. De todo, as mãos são corpo, e corpo é limite, partidas e chegadas –um-dois-três, um-dois-três - fronteiras internacionais e trânsitos. Para miradas desatentas, interpretações limitadas, ainda que se creia inteligível sob próprias doutrinas e impérios. Uma opção será limitar-se a esse primeiro juízo. Não sempre equivocado, mas limitado. Outra será (e nessa vertente, particularmente, finco os meus pés motivados ao movimento em sapatinhos vermelhos QUE anseiam IR por OZ) deitar atentamente os olhos pelas estruturas alheias, len-ta-men-te, pelos ritmos alheios cadenciados com os próprios, discernimentos alheios conversados com os próprios, passeados nas suas aparentes desordens. Baixar dos castelos, vir ver e viver; aceitar o trato de desgoverno, das maçanetas, das vertigens, das miradas e do próprio ser. Deixar ser! Delirar-se entre agudas e inesperadas sinfonias destes estranhos mundos. E rir-se dos que ficaram nas superfícies fáceis e pálidas, porque estes riem ignorantes, crendo tolos ou inúteis os arrojos, as paciências e os delírios. O trato define a vista. Estas rubras unhas dançam –não tremem- em meio a esta música que não escutas.