sábado, 23 de agosto de 2008

pump-it-up

se as moléculas foram feitas de um todo: refiro-me aos sentidos de existência. volto, venho do campus vazio de uma manhã de sábado; vazio: teorias econômicas impregnadas pelo castelhano apressado, incoerentes de sábado, inordenáveis. volto, irritadiça, contrariada, esse sem sentido do sentido de existência. pump-it-up; anos 90 pelas figuras que me cruzam, moda de meninas do novo milênio, que, entanto, jamais coreografaram aquela seqüência enfileirada de autênticos produtos noventosos. coletinhos e ampulhetas: um salto e um giro – yeah, one, two, three, four, yeah – a trunfa, indefectível. volto, as calçadas rolantes do outro século que não aquele estruturante e estruturado do pump-it-up. volto, já não há mais possibilidade de captura, penso, despenso – e despenso mais conhecimentos por ora. já se faz tarde para um desligamento saudável de fim-de-semana. volto e volto nos dedos a lâmina; num gesto invalorável, empuxo do dia-zenital arruinado. rasgo a película da esquerda para direita, na frente imediata. rola a calçada automática, rola o passo, rola a disposição, rola toda irrealidade pela esquina. estúpidos significados de existência: volto a indigerir os toques humanos. volto e o sol ainda não se anima. quanto mais se avança o passo, mais é incrédulo o olho para o mundo.

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terça-feira, 19 de agosto de 2008

...

palavras brancas em guardanapos;
[brancos]
desacredito, olho nos olhos do mundo
palavras alabastrinas,
cursi
tudo está demasiado cursi
tudo está demasiado

domingo, 10 de agosto de 2008

into the wild

NÃO! - há profundidades irreversíveis - não se trague
(...)


se visite, no más
se abandone antes
antes que cheguem os urubus

pendure algo pelo caminho; a modo de reencontrar-se depois

(...)


sempre que abro a janela, encontro a alexander.

domingo, 3 de agosto de 2008

pluripolar

[Es que] Seria, então, uma fase verde? Não chegava à antipatia, mas confesso, conservava uma certa indiferença à cor. O que seria do verde sem a indesejada companhia de um azul-lugar-comum? Nada como a intolerância mantida por anos ao roxo; ando revertendo opções estéticas. Para dar uma trégua ao vermelho –meu tanto a tanto de fascinação – ando um pouco obcecada pelo verde, talvez a seguir o processo de tudo, do balde cheio que me concerne. Cortina verde, blog verde, caderno verde, açucareiro verde; a bandeira do meu país! Nunca fui desses tons, pero bueno; já se passa de uma suposta pluripolaridade. Fastio de gente, ainda. Silêncio: depois dos gritos a garganta ainda arranha, os ouvidos ainda repetem o bum-bum das multidões. [es que] esses abstratos já não explicam – como faz falta o olho a olho e aquele olho de thundera– minha comunicação corporal é imprescindível. Mas é tempo de cerco, reclusão: os loucos devem temer a revelação, a custo de manter sua loucura intacta. Nada mais triste que uma loucura perdida ou artificializada – bioplastia cerebral – a modo de ajuste social. O pulso pulsado pelo bum-bum do mundo: ai dessa orquestra quando meu tambor e dos meus invadirmos a sifonia. Porque alguém há de manter esse tom desafinado. Meticulosamente desafinado.
...
[a próposito, ainda salpicam os temperamentos de Margot: algumas estranhas coincidências de ser. Do filme, Margot y la boda - versão em castelhano.]