sábado, 15 de maio de 2010

extrapolando tripolaridades

Ruth: Rita, por onde andas?
Rita: Escondidinha, meio invisível, quase apagada. Talvez ainda pelo caminho, talvez em muitos começos, talvez em lugar nenhum, sabe, sem muito a dizer, acho.
Ruth: Acho que sempre há algum drama iminente, não? Essa nossa tripolaridade nos atrapalha um pouco.
Rita: Nem sempre, talvez seja só um ponto de equilíbrio. O drama nutre.
Ruth: Não sei. Essa é uma forma de viver muito complexa. E me sinto meio à parte, às vezes, nesse tripé.
Rita: Não tens sofisticação bastante para o ridículo, para a maldade, para a trama, para o drama. O 3 persiste, manhã, tarde e noite ; 3 irmãos; 3 amigas; 3 moedas; 3 estados físicos... É só um padrão.
Ruth: 3 capítulos; 3 terços, 3 pessoas da santa trindade... É certo, mas nesse, sou uma pata frouxa. Ou de desencaixe. Escapes, espirais logarítmos, números primos, alguma explicação quântica?
Rita: Acho que no fundo estamos só um pouco cansadas.
Ruth: Acho que essa formação dual, ambígua e alterna - manual / virtual - nos tem sobrecarragado.
Rita: Demasiado sentido comum!
Ruth: Apenas não imagino minha vida escolar com tanta tecnologia. Tive aula de datilografia! 3 gerações. 3 recorrente. Ferramenta demais, poder demais. Um perigo. E uma sorte de onipresença ou presença alguma.
Rita: Besteira. Nenhuma ausência é totalmente isenta de presença. E o mesmo diria ao revés.


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“Porque estamos donde no estamos”
(Jean Tardieu en Bachelard, 1975: 250)
Referencia bibliográfica
BACHELARD, Gastón. 1975. La poética del espacio. Buenos Aires: FCE.

foto: júlio paiva
montagem: júlio paiva / raquel queiroz

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