quinta-feira, 30 de setembro de 2010

sabor sangue mentolado

[para ser lido na profundidade do parto, sílaba a sílaba a sílaba a letras cadenciadas. e pontos e ritmos e nadaS.
e ao som de ce matin la - air; inundar-se
]


Viva cada palavrinha elaborada e nascida [com pedaços de carne e lambuzada de sangue]. De mim saem vísceras. Cada vez que me sento (frente ao office).

Para estar viva, minha guerra é entre o vazio e o cheio acumulado.
O lindo musicar da mais profunda arquitetura.
Vertida a palabra, é trégua. Da náusea que precede.


E que luxo arrancar-se.

Deixa um gosto extra-menta na boca; sabor sangue mentolado.


{música qu [músic (música que escolhi para assombrar aos que me sobreviverão - música-testamento) quando não seja mais] quando não seja mais palavra}
quando morrer, essa música fará um funeral estupendo.
e então descansarei lisonjeada.

2 comentários:

v.lenine disse...

meu pensamento encontrou o teu hoje... assim... sem mais nem menos...

Rita Brum disse...

Havia algumas poesias tuas fixadas na parede do meu quarto, quando ainda vivia com meus pais em Fortaleza. Às vezes algumas ressonam ainda hoje no meu dia, atualizam-se, das leituras cotidianas daquele tempo... E tantas vezes serviram como a "máquina de Temple Grandin". Serenavam meus mares bravios. Já me salvaram inclusive. "Quando eu morrer..." provavelmente é uma dessas ressonâncias. Não creio que serão ao acaso tais conexões. Sua poesia é, sem dúvida, grande referência para mim. E tenho algumas presentes, memorizadas, vivas... a modo de amuletos.